A Sombra do Crédito: Jung, IA e o Futuro da Avaliação de Risco

Com uma carreira sólida em Gestão de Risco e agora na consultoria há 8 anos, decidi expandir meu horizonte com uma formação em Coaching e, recentemente, iniciei um curso de ‘Introdução à Psicologia Junguiana’ (www.ijep.com.br).

A psicologia Junguiana oferece uma perspectiva intrigante sobre a ‘sombra’, que representa os aspectos inconscientes e reprimidos da personalidade. Estes são impulsos, desejos, emoções e traços de personalidade que não se alinham com a imagem consciente que uma pessoa deseja projetar para si mesma ou para os outros. Por exemplo, todos conhecemos alguém que se considera honesto, mas cuja sombra pode incluir a tentação de não devolver o troco recebido errado.

Quando aplicamos esse conceito ao processo de conceder crédito, surge uma reflexão poderosa. Conceder crédito não é apenas uma transação financeira; é um ato de confiança que exige avaliar não apenas a capacidade econômica do indivíduo, mas também suas motivações, valores e integridade moral. Aqui, a sombra de Jung revela potenciais aspectos obscuros que podem influenciar o comportamento financeiro, como impulsos egoístas ou desonestidade.

Ignorar a sombra ao avaliar crédito pode levar a uma análise incompleta e arriscada. Assim como cada indivíduo possui uma sombra, cada concessão de crédito carrega o risco inerente de inadimplência.

Instituições financeiras precisam compreender que lidam não apenas com números, mas com a complexidade da psique humana. Isso requer uma abordagem holística que incorpore a compreensão das motivações e comportamentos dos indivíduos.

A psicologia de Jung oferece uma estrutura complementar para lidar com esse desafio. Reconhecer a sombra não é apenas estar ciente dos possíveis comportamentos negativos de um devedor, mas também reconhecer a própria sombra do credor: o desejo inconsciente de lucro máximo ou o medo de perdas.

Com a ascensão da IA, temos a capacidade de analisar dados financeiros e comportamentais de forma mais profunda. Isso não se limita ao histórico de crédito (score), mas inclui o comportamento passado do devedor.

Conceder crédito com confiança é um equilíbrio entre avaliação objetiva e compreensão da natureza humana. Jung nos lembra que tanto o ego quanto a sombra são partes inseparáveis de cada indivíduo. Ao abordar o crédito de maneira holística e aproveitar o potencial da IA, podemos não apenas reduzir a inadimplência, mas também construir relacionamentos mais sólidos e sustentáveis com os clientes.


Nossa paixão é transformar os desafios de nossos clientes em soluções eficazes.